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Lista de curiosidades estranhas sobre meu pai

  • Foto do escritor: Katherine Carvalho
    Katherine Carvalho
  • 2 de out. de 2023
  • 5 min de leitura

Atualizado: 13 de out. de 2024

Homem carregando duas crianças no colo enquanto corre atrás de uma terceira
  • Ele sempre compra sapatos um número menor e tenta alargá-los colocando uma madeira dentro

  • Ele inventa palavras

  • Ele tem seu dialeto próprio (trânsito, ele diz “tarãn”, mochila é “muchiba”, problema é “piboma”, e assim por diante)

  • Ele criava musiquinhas para cada situação: para ir ao parquinho, para andar de bicicleta, para ir pra escola, para acordar no sábado de manhã, para quando a gente se perdia em alguma viagem

  • Quando a gente brincava de médico, ele era o paciente e dizia que seu nome era Peixoto Gomide

  • Ele raramente sente calor pois diz que é “descendente dos camelos”

  • Quando o tempo está seco, ele diz que tem “pregos no nariz”

  • Ele grita “TOCA RAUL” nos bares e restaurantes com música ao vivo

  • Ele odeia shoppings, mas me levava de boa vontade toda vez que eu queria comprar um livro novo

  • O café da manhã favorito dele é pão francês com manteiga e café com leite

  • Sua frase mais marcante é “em todo lugar tem água”

  • Ele abrevia tudo o que puder escrever (exemplo: “QTB = quer que te busque?” ou “QCAC = quer que compre alguma coisa?”)

  • Ele guarda meias usadas debaixo do travesseiro

  • Ele leva susto toda vez que alguém tenta acordar ele

  • Ele odeia gritos

  • Ele tem medo do cachorro da minha irmã (que é muito dócil)

  • Ele me ensinou a comer mexerica

  • Ele gosta de guardar potinhos e recipientes mesmo que nunca vá usar (puxei isso dele)

  • Ele costumava roubar canecas e copos dos restaurantes, mas parou de fazer isso quando percebeu que poderia ser um mau exemplo para suas filhas

  • Ele sabe desenhar muito bem

  • Ele construiu um castelo em miniatura pra mim pra uma atividade da escola

  • Ele me mimava tanto que aceitou instalar uma rede no meio da sala só porque eu queria me balançar assistindo TV (a gente sempre morou em apartamento)

  • Quando adotamos os gatos, ele não lembrava o nome deles e só os chamava de Cinzinha e Laranjinha

  • Quando o gato estava bravo, ele dizia que “ele vai me runhar”

  • Ele nunca aceitava voltar pra casa caso a gente esquecesse alguma coisa, pois dizia que “esqueceu, esqueceu”

  • Ele ri sozinho assistindo a pegadinhas

  • Ele acha que todas as doenças podem ser resolvidas chupando bastante laranja

  • Ele incentiva todo mundo a fazer exercícios físicos

  • Ele guardava dinheiro durante o ano todo e perto do Natal abria o cofrinho (nós amávamos)

  • Ele me ensinou a gostar de Zé Ramalho

  • Ele ficou internado por 16 dias quando era jovem por causa de uma crise de ciática

  • Ele ama ficar no sol e ama praia, mas não é muito de entrar na água

  • Ele tentou me ensinar a nadar, mas eu tinha medo e, no fim, acabei aprendendo sozinha, meio que sem querer

  • Ele não sabe falar “Harry Potter” (ele pronuncia Réuri Póti), e também não sabe falar “Katy Perry” (a pronúncia é Péuri)

  • Ele chamava o Troy Bolton (do High School Musical) de Estroy (não sei por quê)

  • A música favorita dele de todos os tempos é “I gotta feeling” do Black Eyed Peas

  • Ele não gosta de nenhum barulhinho dentro do carro enquanto está dirigindo

  • A linguagem do amor dele provavelmente é toque físico

  • Ele odiava que a gente comesse dentro do carro, mas no dia em que derrubei refrigerante no banco, ele não brigou comigo (mas eu senti que ele queria muito dar um grito)

  • Quando fazíamos bagunça, ele ameaçava chamar o zelador (falecido Seu Calisto)

  • Quando ainda morávamos em São Paulo, ele me contava a história da Monga, uma gorila fêmea assassina que vivia trancada no último andar do prédio, e por causa disso eu nunca tive coragem de ir lá em cima sozinha

  • Eu só tinha coragem de descer a ladeira da casa da minha avó no carrinho de rolimã com ele

  • Ele tentou me ensinar a jogar bolinha de gude, mas eu nunca aprendi

  • Ele é muito bom em sinuca

  • Ele construiu sozinho telas para todas as janelas do apartamento porque nós tínhamos muito medo de insetos

  • Quando encontrei uma barata dentro da minha camiseta, fiquei tão nervosa que ele me deu um copo de água com açúcar, e eu engasguei e quase morri duas vezes: uma de susto, outra por asfixia

  • Hoje eu tenho um hidratante de cabelo que tem o exato cheiro da loção de pós-barba dele

  • Eu e ele nos comunicamos por cartas, e eu tenho todas guardadas

  • Ele sempre assiste filmes aleatórios e, quando vem contar pra gente assistir também, não sabe o nome, nem quem são os atores, nem nada, então todos os filmes que ele já assistiu ficam eternamente num limbo da mente dele

  • Ele enrola a beirada das bermudas até o tecido ficar torcido, e eu acho que essas minhas manias esquisitas eu herdei tudo dele, pai, você é o culpado

  • Eu ensinei ele a jogar xadrez, mas até hoje suspeito que ele me deixava ganhar


Escrever as curiosidades estranhas sobre meu pai foi extrema e surpreendentemente fácil


Quando fiz a lista de curiosidades estranhas sobre minha mãe e sobre a minha irmã, precisei de ao menos 3 dias para reunir todas as lembranças a respeito de cada uma delas. Mas para fazer a do meu pai, foram necessárias apenas algumas horas. Talvez porque ele seja a pessoa que está mais longe de mim nesse momento, então as memórias afloram com mais facilidade.


Ou talvez porque ele sempre tenha sido essa pessoa tão peculiar e única que é impossível esquecer de cada detalhe, cada pequena coisa que ele fazia, cada pequena coisa que ele dizia, no meu dia a dia aqui, em outro estado, longe, muito longe.


É impossível eu não pensar que sou mesmo filha do meu pai porque gosto tanto de sol e de calor, é impossível eu não pensar que sou mesmo filha do meu pai porque gosto das minhas coisas todas bem organizadinhas, bem arrumadinhas, e não gosto que ninguém mexa ou as tire do lugar, que sou mesmo filha do meu pai porque ele é virginiano e eu tenho Lua em Virgem.


É impossível não pensar que sou mesmo filha do meu pai porque, mesmo de longe, eu me pego fazendo as coisas que ele faz e dizendo as coisas que ele diz, e às vezes minha mãe fala “seu pai que fazia isso” ou “seu pai que falava isso”, e bom, que pena que estamos tão longe agora, pai, eu em Curitiba, você em São Paulo, porque se estivéssemos perto, poderíamos estar fazendo as mesmas coisas e dizendo as mesmas coisas aqui, juntos, talvez não ao mesmo tempo, mas sempre de forma idêntica, porque não tem jeito, eu sou mesmo filha do meu pai.

6 Comments

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Guest
Oct 03, 2023
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Também posso colaborar

Passa no debo (debito), quando paga com cartão hahaha

ou

“acodazinhaaa na casa do tio azinhaaa 🎶 🎶” acho que era isso, uma das músicas pra acordar hahahah.. sempre muito engraçado 🤣

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Guest
Oct 03, 2023
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No débito ou no crédito?

"No debo"

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Guest
Oct 03, 2023
Rated 5 out of 5 stars.

Muitooo bommm. E são tantas palavras que ele criava e que ficaram: "lombilda (lombada)", "vampira (pessoa chata)", "cada uma, que não são duas", e tantas outras, que falamos todos os dias e faz a gente se lembrar dele 😊

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Guest
Oct 03, 2023
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Simmmmm

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Obrigada!

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